sexta-feira, 11 de março de 2011

Carrossel Movediço

Parecia que aquela pedra
nascera para dar de encontro a ele
Vivendo os segundos como a grande dádiva

Crescendo sob tropas de ossos
desciam a margem da ladeira
Cumpriam o destino?
Cumpriam o acaso?

Quem não segura uma estrela
não merece viver

Ser jogado no mundo
é tudo aquilo que podemos ser

Édipo Rei sorri zombeteiro,
seus olhos em sangue celebram
a grande apoteose de ser grego

Diante do massacre dos deuses
em meio a lágrimas
sorri

A grande moderação é fazer rir
- entrementes -
Ser tudo aquilo que ultrapassa a risadaria
Num vôo assaltar a totalidade radical
Na eternidade rodar entre nada e nada
Ter coragem de dizer o indizível – anaquilamento
O espiral sem inicio e nem fim

Das dores nasceram os potros
Os selvagens leopardos espreitam
Seus quadris vagueiam num balanço sensual

E a corda bamba do sentido
dissipa-se onde palavras são zumbidos de abelhas

Correria de olhos fechados
Na balça de Creonte
o jogo será jogado
Na essência da linguagem arremessados
para onde já sempre estivemos

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