quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A insuportável Sublime Beleza





Escrevendo como quem foge do destino...
Não da vida de agora, mas da possibilidade
que quando existe é sempre a final.

Ouvindo para viver o êxtase não mais permitido pra quem matou a metafísica
Da flor a flor do nada ao nada.

A potência que é necessária no peito é o simples aceite do mistério

Deleitar-se com vulvas,
Acender nas preces do vento sentido veloz nos becos,
Caminhar novos países com lágrimas nos olhos,
Aceitar o fim não só de si,
Mas o fim do homem,
Aceitar o mistério da tal forma
a propor este fim
como a necessária possível contribuição da “espécie”

Percorrer corpos, conjecturar o pós-homem como o primeiro.
E sempre o fim atrás de nós suspirando quente
Umedecendo a orelha
Apimentando as cores
Extasiando os olhos
Percorrendo as lágrimas
Soluçando espasmos
Gozando espaços
Distorcendo o tempo
Antecipando o nada
Costurando seres
Desintegrando coisas
Compartilhando o que já não é

Então mais um passo atrás
Flutuando lépido
Já ao fora dos mundos possíveis
Intuindo-imaginando-vendo
Finalmente
A insuportável totalidade
Aquém-entre-além-cada-todo-nenhum-ser-não-ser-transcendental-aos-prévios-conceitos