segunda-feira, 3 de dezembro de 2007


Será necessário ser açoitado para sentir a vida borbulhando com sua plenitude de silêncio e nada de razões, açoita-me então.

Esmurrar uma parede ou um homem,
Olhar uma casa ou uma planta,
Se apático desejo a degola de nem silêncio então.

O sofrimento e o prazer
dois extremos tocados pela mesma língua,
Linguagem então,
silêncio de razões
e zumbido de formas e determinações.

Que cansaço, repetir sempre esses vocábulos...
Porque o que é & não é,
O que está entre o que é & não é,
O que está antes e depois do que é & não é,
Não é dizível,
Não é linguagem,
Não é conceitos,
Esses alentos começam e terminam no homo sapiens,
Colecionador de mitos,
Criança assustada precisa de uma explicação,
de uma forma de losango cabendo numa forma oca de losango,
De um sentido que não é sentir é racionalizar o irracionalizável,
De uma moça e de um filho de um seio e de um estar fazendo algo de aparência útil,
De um caminhar para algo, não de um caminhar por si para si em si inserido no mundo.


Calar-me então
se calar é ser por si
para si
em si
como si
sentido fosse ser silêncio do calar-se então

sábado, 1 de dezembro de 2007

Até agora todos os textos publicados aqui são de minha autoria, resolvi abrir uma exceção para um amigo. O poeta é Daniel Lourenço.

...mundos possibilidades de mundos possíveis de serem o que se sendo sabendo-se ou não aqui agora desde que o sempre é sempre ou o é o eterno engendrado a menos de cinco minutos atrás durabilidade nula destes jogos estelares constelações de vazios a orbitarem arbitrárias e constantes em torno destes neutrinos que nos são e são quem sabe o quê ou quem desconhecido ou mesmo e ainda assim indefinidos indiferentes indispensáveis a nossas desrealizações ou à quem não jurar aos prantos ou aos berros que o ser-por-ai ou o estar–aqui ocultam desvelam escondem-se a si e a nós doando-se em benefício próprio ou por causas escondidas secretas esquecidas sob o capacho desta porta de defronte ao deserto do ser permanecer estático ou viraser do nada emergindo fantasmagórico alegórico disfarçado dissimulado de nossos o-que-quer-que-sejamos nós cansados de sermos os que adiados insistem e acreditam na segurançafachada de que o nada é nada e o não ser não ser escravoscadáveres que caminham e cantam sucumbem ao peso das estrelas definições conceitos noções tão leves insustentáveis insuportáveis e nossas e de mais ninguém viver e morrer por elas e por nós início sem causa ação sem fim espontaneidade do porvir se é que virá ou mesmo não vindo que seja longe daqui ou de lá ou de qualquer ponto entre o tudonada sernãoser mesmice variável esfera de cores impossíveis e reais absolutamente reais verdadeiras falácias argumentos irrefutáveis teorias cientificas sobre fantasmas o nadatudo irrealizável fato nem aqui nem em lugar algum desde que seja depois dos que chegaram no agora primeiro ou por ultimo ou não chegaram infinitos de tamanhos e cores e cheiros impensáveis impossíveis sorriem sobre e para e por o porquedeondeparaondequando à que estamos acostumados pregados como coisas que são realidade de quem as concebe-imita-copia-refaz-recria-procria e morre...