Parecia que aquela pedra
nascera para dar de encontro a ele
Vivendo os segundos como a grande dádiva
Crescendo sob tropas de ossos
desciam a margem da ladeira
Cumpriam o destino?
Cumpriam o acaso?
Quem não segura uma estrela
não merece viver
Ser jogado no mundo
é tudo aquilo que podemos ser
Édipo Rei sorri zombeteiro,
seus olhos em sangue celebram
a grande apoteose de ser grego
Diante do massacre dos deuses
em meio a lágrimas
sorri
A grande moderação é fazer rir
- entrementes -
Ser tudo aquilo que ultrapassa a risadaria
Num vôo assaltar a totalidade radical
Na eternidade rodar entre nada e nada
Ter coragem de dizer o indizível – anaquilamento
O espiral sem inicio e nem fim
Das dores nasceram os potros
Os selvagens leopardos espreitam
Seus quadris vagueiam num balanço sensual
E a corda bamba do sentido
dissipa-se onde palavras são zumbidos de abelhas
Correria de olhos fechados
Na balça de Creonte
o jogo será jogado
Na essência da linguagem arremessados
para onde já sempre estivemos
sexta-feira, 11 de março de 2011
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