quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Quando toca o fundo sem fundo a tendência é flutuar de volta a morada: os cumes dos cumes


Se os movimentos da existência levam até o fundo de abismos onde o negro gera formas bizarras de luz própria, onde o astro rei não toca sua língua de fogo-fótons, brincando com as probabilidades e com os limites um sorriso entre úmidas lagrimas deve compreender a necessária subida – retorno - aos cumes dos cumes onde o retrato estático, mas vivo de cadatodomovimentonãomovimento se mostra como um expressionismo realista.
Ser todos os pontos desses abismos e desses cumes suportando a dorextasyprazer, enquanto não se torna definitivamente terra, ar ou poeira de estrelas.
A bolinha de intensidade infinita explode e seretraiseretraiexpande eternamente, mas eternamente é uma concepção que não cabe a esse ultra-retrato absoluto.
Ver
Ser
Ventilar
Mente limpa
Turbilhão desvairado
O calor e frio invadindo as narinas, soluços: Se isso é a vida então de novo.
Porque na verdade não existe fissão ou fusão é sempre o absoluto, não importa se o ego nascecrescemorre piscando num segundo, oitenta anos, as criançasvelhosadultos devem sempre lembrar e sorrir diante do arrebatamento de cadatodohenhumsernãoseraquémentrealémtranscendentalaospréviosconceitos unidade inexorável insomável indivisível inmultiplicável insubtraivel.
Serpente de poder
Aleph verdadeiro
Aleph que é o Aleph não é o Aleph e é tudo que possa haver aquém entre além AlephsnãoAlephs
O progressivo som das folhas girando no outono, o progressivo magma invadindo as rochas, fumaças da chuva negra transformando tudo em pedra, mas dura só mais um segundo, centenas de anos.
Então eu vejo um cometa estudando o corpo sem órgãos, escrevendo tal estado de transe poético minha boca nesse estágio começa a tremer o meu pé bate furiosamente o solo lágrimas encharcam minhas concavidades oculares e penso estragando por um segundo o transe num embate pensamento transe transe pensamento que esse é realmente um grande momento de estar aí, de ser para morte, em que eu posso sentir o frêmito supra humano e faz valer a pena cada abismo cada degrau que se quebra aos meus pés cada flutuação de subida- retorno – aos cumes dos cumes.

Caterpillar butterfly butterfly caterpillar caterpillar butterfly rasteja lagarta voa borboleta rasteja borboleta voa lagarta rastejandovoandoborboletaslagartas.
Esbarra no vento caterpillarbutterfly acende as velas voa descontrolada minha querida lagarta as tuas asas são de fogo elas dançam desvairadas com beijos do vento.

Enquanto nas quatro estações o violino chora a potência aos poucos se enfraquecem os dedos então como flutuando de volta aos cumes dos cumes rasga novamente um acorde.
Inicio e fim se confunde caterpillarbutterfly.

Acesse a oposição em espiral publicada simultâneamente deste poema:
http://poemadia.blogpost.com

2 comentários:

Pausa Para A História disse...

Ai, Sérginhoooo!! O que dizer??? Sem palavras... Saudadona! Bs

kiro disse...

Eita, menino. É lindo!!!

Me sinto bem desse jeito quando escrevo... Sem consciencia..

E todo o mais. Que beleza de desenhar!!!

Belo... Muito belo!!!

^_^•