quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A insuportável Sublime Beleza





Escrevendo como quem foge do destino...
Não da vida de agora, mas da possibilidade
que quando existe é sempre a final.

Ouvindo para viver o êxtase não mais permitido pra quem matou a metafísica
Da flor a flor do nada ao nada.

A potência que é necessária no peito é o simples aceite do mistério

Deleitar-se com vulvas,
Acender nas preces do vento sentido veloz nos becos,
Caminhar novos países com lágrimas nos olhos,
Aceitar o fim não só de si,
Mas o fim do homem,
Aceitar o mistério da tal forma
a propor este fim
como a necessária possível contribuição da “espécie”

Percorrer corpos, conjecturar o pós-homem como o primeiro.
E sempre o fim atrás de nós suspirando quente
Umedecendo a orelha
Apimentando as cores
Extasiando os olhos
Percorrendo as lágrimas
Soluçando espasmos
Gozando espaços
Distorcendo o tempo
Antecipando o nada
Costurando seres
Desintegrando coisas
Compartilhando o que já não é

Então mais um passo atrás
Flutuando lépido
Já ao fora dos mundos possíveis
Intuindo-imaginando-vendo
Finalmente
A insuportável totalidade
Aquém-entre-além-cada-todo-nenhum-ser-não-ser-transcendental-aos-prévios-conceitos

5 comentários:

Sidnei Olivio disse...

Gostei muito, Sérgio. Tenho muito a aprender por aqui. Me fascina essa tênue linha entre a poesia e a filosofia. Abraço.

Felipe Costa Marques disse...

idem

Sergio Kroeff Canarim disse...

Então...Idem, idem?
Abraço

Anônimo disse...

é...
é preciso aceitar que o último momento será de solidão e medo... ao mergulhar no segredo...

mas até lá.. o mundo é nosso

um abraço amigo

LG disse...

Meu amor!!! Que linda esta tua filosofada! Fiquei com uma lágrima entalada na goela. O que nos resta então se não o gozo?
Beijão,
Lúcia