quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

LEGO

Todo lodo
todo dia
- diástolesistoles -
catástrofes numa inspiração natural
no umbral recosto minhas costas
castas vão avançando passo a passo
repasso minha vida
numa saída atravessam os passantes
amantes do meio dia
na normandia diagramação dos medos em sangue
no mangue sanguinolento sonho
componho uma vida nova
na roda da evolução
ação-reação ciclo da esfera infinita
bonita minha maçã dourada
armada conquista as malvinas
divinas as divas dionísicas
tísicas avançam com estandartes
arte dos ainda familirizados com o ser
no amanhecer o orvalho pinga a noite
açoite dos olhos
des-cobrem
en-cobrem
cobrem
os fenômenos
homonímos...

Um comentário:

Silvana disse...

Esta sensação que vou te descrever agora quando leio teus poemas é a que me perpassa em quase todos eles, mas este particulmente a diz bem; a vida parece uma bricolage diante dos teus olhos, bela,dolorosa,aguda, ás vezes non-sense, às vezes descosturada esperando um fio que ligue tudo e faça sentido..
Voce parece aqui um passageiro de um trem em alta velocidade olhando o mundo pela janela, mas não ausente dele, parece até ao contrário.. que ele te entra até os ossos.